Artigos de Opinião

Luís Batista: “Como medir a qualidade das concessões dos serviços de mobilidade?”

Luís Batista, Armis Group

A concessão dos serviços de mobilidade a entidades terceiras constitui uma das principais responsabilidades das câmaras municipais. Esta é uma obrigação que as câmaras assumem perante os cidadãos, no sentido de garantir o melhor serviço de mobilidade possível ajustado às principais necessidades dos mesmos.

Por isso, pergunto-lhe:

Quanto tempo é que diretores técnicos investem na análise da qualidade dos serviços prestados pelas concessionárias?

Em que medida o seu plano de mobilidade prevê uma rescisão de contrato inesperada com as concessionárias?

Qual é o contributo das concessões para o seu plano de mobilidade?

Que ferramentas utiliza para medir a qualidade das concessões dos serviços de mobilidade no seu município?

Estas questões representam os aspetos mais importantes e que deverá ter em conta se os seus objetivos forem medir e aumentar a qualidade das concessões dos serviços de mobilidade.

Para isso, e dada a minha experiência no ramo do desenvolvimento de soluções de gestão de mobilidade, aqui ficam 4 conselhos para medir a qualidade das concessões.

Tome nota.

1. Utilizar sistemas ITS

A utilização de sistemas ITS (Intelligent Transport Systems) não é, certamente, uma novidade.

A transformação digital do setor começa exatamente pela transformação digital dos processos internos, isto é, a evolução das plataformas utilizadas (passar do tradicional Excel para os inovadores sistemas ITS), a formação das equipas e a automatização de processos (para facilitar a partilha dos dados).

Só utilizando um sistema ITS conseguirá pôr em prática os restantes conselhos que tenho para si.

2. Realizar auditorias regulares

Sim, a realização de auditorias regulares não só permite melhorar o acompanhamento das concessionárias, como permite que sejam realizadas melhorias ao nível do serviço prestado.

No entanto, e graças aos avanços na área da tecnologia, as auditorias são cada vez mais digitais, o que reflete, por um lado, um aumento na frequência com que são realizadas e, por outro, uma redução dos recursos humanos e horários alocados à tarefa.

Contudo, a digitalização de processos de auditoria tem muito mais que se lhe diga, como por exemplo:

  • Os dados são recolhidos e reunidos numa única plataforma (neste caso, sistemas ITS);
  • Os dados são organizados e analisados automaticamente;
  • A consulta dos dados (dos mais antigos aos mais recentes) torna-se mais fácil e intuitiva;
  • Todos os dados passam a estar registados;
  • O risco de se perderem dados diminui consideravelmente.

3. Partilhar informação internamente

Já alguma vez pensou que a forma como a informação flui dentro e entre departamentos, numa câmara, pode influenciar o bom ou mau desempenho do trabalho de auditoria dos diretores técnicos? Nomeadamente no que toca ao número de horas alocadas?

Por vezes, e aplicando-se a qualquer pelouro dentro de uma câmara, a simples existência de uma plataforma digital que agregue e disponibilize os dados de forma organizada e em tempo real pode ser a solução para muitos problemas originados pela falta de coordenação e partilha de informação.

E mais uma vez, os sistemas ITS, nomeadamente o Way4Smart, têm a capacidade de criar um repositório de informação online, colaborativo e dinâmico, disponível a toda a estrutura, desde presidentes, a vereadores, a diretores técnicos, etc.

4. Utilizar os dados de forma inteligente

Ter dados de mobilidade só por ter, ou só para poder reportar aos NAPs (National Access Points), de nada vale para otimizar os serviços de mobilidade de uma cidade. Estou certo?

É preciso saber analisar os dados de forma a detetar oportunidades de melhoria ou, na pior das hipóteses, ações menos bem aplicadas e que não estão a contribuir para o bom funcionamento do plano de mobilidade. Como por exemplo, a atribuição dos contratos de concessão.

O armazenamento e análise de dados vai dar origem a uma base de dados de informação que, automaticamente, gera uma caracterização da mobilidade e, por sua vez, desvenda os pontos críticos de acordo com o plano de mobilidade. Estes pontos críticos podem estar relacionados com os serviços atribuídos às concessionárias e, se assim for, não precisa de se preocupar em arranjar argumentos para renunciar ou renegociar o contrato de concessão.

E isto sim, é utilizar os dados de forma inteligente em prol do rigor e eficácia dos serviços de mobilidade explorados por entidades terceiras.

Preparar a mobilidade para o futuro

Centralizar o controlo dos serviços de mobilidade numa só plataforma é dar um passo em frente na preparação da mobilidade para o futuro. É trabalhar no sentido de construir uma base de dados de informação devidamente organizada, atualizada e disponível, 24 sob 24 horas.

Para finalizar, não poderia deixar de voltar a referir Way4Smart como uma solução digital integrada que responde a quaisquer um dos desafios que supra mencionei, principalmente no que concerne à sua capacidade para garantir a qualidade da mobilidade de pessoas, bens e serviços.



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