Ambiente

Cidades com planos adaptação melhores mas negligenciam os mais vulneráveis

A maioria das autoridades locais não considera suficientemente as necessidades das pessoas vulneráveis no planeamento para lidar com as alterações climáticas, de acordo com um estudo de mais de 300 cidades europeias.

Nesta investigação desenvolvida por grupo de cientistas europeus incluindo o LNEG e publicado na revista Nature Urban Sustainability focou a evolução da qualidade dos planos de adaptação das cidades europeias. Cada vez mais cidades europeias se preparam para lidar com o desafio das alterações climáticas desenvolvendo planos locais de adaptação. Desde 2005 que existem planos de adaptação urbanos e um número cada vez maior tem vindo a ser adotado. No entanto é vital perceber se estamos a ir no bom sentido e se há progresso na adaptação às alterações climáticas. Assim, a questão que se coloca é até que ponto estes planos estão a melhorar com o tempo?

Uma equipa de cerca de 35 investigadores de toda a Europa compilou e analisou detalhadamente 167 planos urbanos de adaptação publicados entre 2005 e 2020 e concluiu que a qualidade geral dos planos, bem como seu grau geral de consistência, melhorou.

No entanto, a maioria das autoridades locais não considera ainda suficientemente as necessidades das pessoas vulneráveis (ex. idosos, crianças, pessoas de baixo rendimento) no seu planeamento para lidar com as alterações climáticas. Verificou-se que planos mais recentes são mais propensos a referir os impactos potenciais das alterações climáticas em particular para grupos de pessoas vulneráveis. No entanto, os planos pioraram ao longo do tempo no grau de detalhe das medidas de adaptação que focam principalmente as pessoas vulneráveis. Muito poucas cidades envolvem idosos, pessoas de baixo rendimento ou (representantes de) crianças no desenvolvimento das suas políticas de adaptação ou nos respetivos processos de monitorização e avaliação. Em relação aos impactos/riscos climáticos e objetivos de adaptação, as cidades identificam substancialmente mais impactos/riscos climáticos do que objetivos para a adaptação, o que aponta para um mau alinhamento entre os dois. O estudo refere que as cidades precisam de começar a ter em conta explicitamente as necessidades dos seus habitantes mais vulneráveis às alterações climáticas.

Mais detalhes:

Estudo completo publicado em Open Access na Revista Nature Urban Sustainability): Reckien, D., Buzasi, A., Olazabal, M., Spyridaki, N-A., Eckersley, P., Simoes, S.G., et al. Quality of urban climate adaptation plans over time. npj Urban Sustain 3, 13 (2023). https://doi.org/10.1038/s42949-023-00085-1

CarbonBrief News Channel Guest post – How climate adaptation plans for European cities are gradually getting better: https://www.carbonbrief.org/guest-post-how-climate-adaptation-plans-for-european-cities-are-gradually-getting-better/


Texto da responsabilidade da empresa.

Fonte: LNEG

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