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Município apresenta propostas para Leiria a dez anos

Foi apresentado esta terça-feira, em reunião de Câmara, um documento de reflexão com as propostas no âmbito da Estratégia 2030 de Leiria, que reúne um conjunto de medidas para o desenvolvimento do concelho para os próximos dez anos.

Elaborado por Carlos André após a audição de cerca de 100 pessoas ao longo de quase um ano, o resultado final inclui 53 ideias de ação divididas por mais de uma centena de iniciativas e repartidas por 11 eixos estratégicos prioritários, tendo como ponto de partida a centralidade geográfica do concelho e o facto de ser uma micro área metropolitana.

No setor do urbanismo e ordenamento do território, Leiria deve apostar em ser uma cidade verde e energeticamente sustentável, dar uma nova vida à zona histórica através, por exemplo, da criação de um centro comercial a céu aberto entre a Praça Rodrigues Lobo e a Avenida Heróis de Angola, e procurar melhores instalações para ambas as forças de segurança sediadas na cidade.

Ao nível do ambiente, a eficiência energética e o saneamento devem estar no topo da estratégia, a par da requalificação dos rios Lis e Lena em toda a sua extensão e da valorização do património natural, incluindo a Praia do Pedrógão enquanto destino de lazer e de riqueza etnográfica, criando ainda condições para que a Mata dos Marrazes se torne no verdadeiro pulmão da cidade.

Andar a pé é a primeira prioridade para a implementação de um novo conceito de mobilidade, que promova também a utilização da bicicleta e a criação de bolsas de estacionamento periféricas, aliadas à aposta na requalificação do sistema de transportes públicos, na ferrovia e na abertura do aeroporto de Monte Real à aviação civil.

À escala da mobilidade regional, é ainda proposta a criação de uma linha de ligação entre Leiria e Marinha Grande e posteriormente alargada à Batalha, que, numa versão “ambiciosa”, passaria por um vai-e-vem ou por uma rede de autocarros elétricos, numa solução “menos ambiciosa”.

Na área social e da saúde, para além do combate à exclusão e à integração de comunidades migrantes, deverão ser criadas ações de envolvimento das empresas nas causas sociais, um percurso Polis mais inclusivo e um laboratório avançado de diagnóstico e vigilância epidemiológica no Politécnico de Leiria (IPL).

A vertente económica é uma das que merece mais propostas por parte de Carlos André e que tem por premissa a dinâmica empresarial do concelho, uma “marca identitária forte de Leiria”.

Para além de uma maior cooperação com a sociedade civil e da transição digital, o autor defende uma nova geração de parques empresarias com base numa economia circular e, assim, criar um parque industrial comum a Leiria e Marinha Grande e uma espécie de via verde para empresas e investimento, através de uma estrutura de apoio ao empreendedor, com vista à captação de investimento estrangeiro.

Um Digital Innovation Hub no topo norte do Estádio Municipal é outra das ideias apresentadas, com o objetivo de tornar Leiria numa “região de negócios, empreendedorismo, inovação e cultura, aberta a empresas e talento de todas as proveniências”.

“Há uma Leiria antes do Politécnico de Leiria e outra depois dele” e é por esta razão que a região se deve unir para a conversão daquele Instituto em universidade, sendo esta a grande sugestão do eixo estratégico dedicado à inovação e ao empreendedorismo.

Para colocar Leiria na vanguarda do digital, Leiria deve apostar na formação e na literacia e o Município em particular deverá caminhar para a digitalização e para a criação de aplicações, com vista à promoção de uma maior flexibilização e simplificação de processos, nos mais variados setores (mobilidade, estacionamento, aquisição de bilhetes).

Na área da cultura, são quatro as principais propostas: criação de mecanismos de articulação e cooperação com os diferentes agentes com definição de um calendário anual, maior coordenação entre os espaços culturais, fazer do castelo o ponto dominante do centro histórico e converter a localidade das Cortes numa aldeia museu.

A sustentabilidade energética e a transição digital deverão ser também uma das grandes apostas nas escolas, a par da criação de uma “Quinta Pedagógica” e de um Centro de Recursos de Inovação das Aprendizagens e do desenvolvimento de uma Cidade Criativa – Ciência Viva.

Concluir o debate sobre o pavilhão multiusos, construir uma piscina ao ar livre e criar uma rede de prática informal de desporto em todo o concelho são as propostas defendidas para o setor desportivo.

O último eixo estratégico diz respeito à comunicação, ou seja, “pôr Leiria no mapa”, trabalhando a visibilidade do concelho nas suas diversas mais-valias, como a qualidade de vida, riqueza cultural e criativa, inovação e empreendedorismo, qualidade do ensino, atratividade para investimento e centralidade face ao resto do país.

O documento, que teve Álvaro Laborinho Lúcio, Catarina Selada, Joaquim Paulo da Conceição, Maria Francisca Gama e Maria Miguel Ferreira como membros do Grupo de Acompanhamento, pretende, segundo a deliberação hoje apresentada, “resolver problemas instalados e tendências verificadas, prevenindo o impacto das mudanças disruptivas tidas atualmente como certas, designadamente as exigências decorrentes das grandes alterações tecnológicas em curso e as provenientes das alterações climáticas”.

De recordar que a Câmara Municipal aprovou em fevereiro de 2020 a elaboração da Estratégia 2030 de Leiria, tendo em vista a década 2021-2030 e promovendo reflexões sucessivas e recolhas de visões globais, com o envolvimento de especialistas e entidades da região, adesão voluntária dos participantes e a coordenação de Carlos André.


Texto da responsabilidade da entidade.

Fonte: Câmara Municipal de Leiria

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