Considerações presentes e desafios futuros
É certo que o tema não é novo. Alguns partidos já falaram sobre ele antes. O mais interessante, porém, é ver que palavras como “verde” e “economia” começam a surgir a par nas mensagens, não de um ou dois, mas de vários partidos, alguns deles com assento parlamentar nacional e europeu. Não é muito difícil explicar porquê. A emergência das preocupações com um estilo de vida dito saudável, desde a alimentação ao desporto, e as alterações climáticas tornaram-se já uma parte evidente das nossas vidas. Um olhar um pouco mais atento sobre os resultados e sobre a campanha revela um outro dado: a introdução crescente das questões ambientais.
As preocupações ambientais, legítimas que sejam, têm ainda assim um outro objetivo mais ou menos velado: captar a atenção dos jovens, da geração dos chamados millennials, daqueles que vêem o ambiente como uma questão premente para o seu futuro. E para esta geração, já se sabe, nada pode ser concebido sem a presença omnipotente da tecnologia. As questões ambientais colocam-se assim tanto ao nível da política como das empresas e daqueles que têm de encontrar respostas para a qualidade de vida geral das populações.
É neste ponto que vale a pena parar para refletir sobre a mobilidade e a vida nas cidades. Por razões meramente pragmáticas, toma-se aqui como referência as cidades de Lisboa e do Porto e suas respetivas áreas metropolitanas, já que nestas vive praticamente metade da população portuguesa. Quaisquer considerações a respeito destas realidades poderão, porém, ser eventualmente extensíveis a qualquer outro contexto urbano.