Dachser desenvolve conceitos alternativos de condução
Especialistas da multinacional analisam opções alternativas no campo da condução e, ainda, a sua aplicação ao nível da rede logística
Uma “economia neutra em termos de clima” até 2050: esta é a meta anunciada recentemente pela União Europeia como parte do “Acordo Verde”. No entanto, e para que tal seja possível, será necessário reestruturar e reorganizar o modelo de transporte e de tráfego, que representa, atualmente, um quinto de todas as emissões de gases com efeito estufa em países desenvolvidos, como é o caso de Portugal. Para dar resposta às complexas exigências que a mobilidade climática impõe, a Dachser – paralelamente aos esforços de gestão ambiental já implementados e ao projeto de inovação City Distribution (distribuição urbana), iniciado há vários anos – está a intensificar a investigação no que às tecnologias alternativas no campo da condução e dos combustíveis diz respeito.
“Estamos a estudar as tecnologias existentes atualmente e, também, opções futuras com os nossos especialistas internos e com as nossas filiais, discutindo-as, também, com parceiros externos. O nosso objetivo passa por avaliar soluções alternativas, bem como novos conceitos logísticos – assim como aquilo que implicam –, especialmente no transporte realizado em camiões”, refere Stefan Hohm, Corporate Director Corporate Solutions, Research & Development da Dachser.
Soluções para o transporte de longa distância
Apesar de, no caso do transporte de longa distância, não existirem, ainda e no imediato, soluções totalmente sustentáveis e sem emissões, a Dachser acredita que o futuro pertencerá ao motor elétrico. A este nível, refira-se que a multinacional tem já em circulação – em novos projetos logísticos de distribuição urbana, como por exemplo em Estugarda, Berlim ou Hamburgo – os primeiros camiões movidos a baterias elétricas. Em distâncias superiores a 200 quilómetros, estes veículos são, contudo, ainda bastante limitados. Para Andre Kranke, Department Head R&D Research & Innovation Management da Dachser, “o motor a diesel assume-se, ainda, como o sistema mais utilizado e com a melhor relação custo-benefício no transporte de mercadorias, situação que não se alterará, provavelmente, a médio prazo”.
O responsável destaca, ainda, “as particularidades do diesel, que possibilita conduzir longas distâncias, assim como a tecnologia altamente refinada capaz de cumprir os cada vez mais rigorosos padrões da União Europeia”. Destaque-se que, combinados com os biocombustíveis de segunda geração, os motores a diesel chegam a alcançar, agora, reduções significativas de emissão de gases com efeito estufa, o que lhes confere um importante papel na proteção ambiental. Tendo em conta esta realidade, Kranke aconselha: “Do ponto de vista ecológico, os responsáveis pelo planeamento do tráfego devem analisar a aprovação de rotas adicionais para camiões mais longos na Europa e autorizações para operações de transporte transfronteiriças”.
Propulsores a gás natural têm um potencial ainda inexplorado
Relativamente ao recurso a propulsores a gás natural, Stefan Hohm, Corporate Director Corporate Solutions, Research & Development da Dachser, defende que “se trata de uma solução que não oferece benefícios climáticos significativos, uma vez que estamos a falar de pequenas diminuições ao nível da emissão de CO2 em comparação com um camião a diesel moderno, dependendo da tecnologia usada”. Hohm acrescenta, ainda, que “o gás natural comprimido e o gás natural liquefeito são considerados tecnologias intermédias cuja viabilidade económica e adaptação ao uso diário variam muito na União Europeia e, por isso, devem ser avaliadas caso a caso”.
“Ainda estamos longe de ver a produção em larga escala de camiões movidos a células de combustível substituir a produção de camiões a diesel “, observa Kranke. Refira-se que, até agora, apenas a Mercedes-Benz pretende implementar uma estratégia específica de tecnologia à base de células de combustível. A empresa prevê lançar camiões com células de hidrogénio em 2029. A partir de 2039, a ideia é que todos os veículos comerciais que saiam das suas linhas de montagem, em Estugarda, sejam movidos por células de combustível de hidrogénio ou por baterias.
Hohm refere, ainda, que “a implementação do transporte totalmente elétrico e de uma infraestrutura de carregamento seria extremamente complexa e dispendiosa”. Para a Dachser, esta situação implica, por isso, intensificar esforços no campo da investigação e desenvolvimento nesta área. “Continuamos a desenvolver soluções alternativas para o transporte de mercadorias. Para isso, reforçamos ainda mais a colaboração com associações, fabricantes e parceiros de investigação e aumentamos o nosso know-how participando em projetos-piloto”, refere Hohm. “Dessa forma, esperamos contribuir para alcançar a meta climática prevista para 2050”, conclui o responsável.
Texto da responsabilidade da empresa.
Fonte: Central de Informação