Ambiente

Guimarães inicia projeto de recolha e valorização dos plásticos dos rios

Nos próximos seis meses, o CLEANUP4Guimarães vai envolver cidadãos e entidades municipais e académicas na promoção da economia circular

No município de Guimarães, estudos recentes revelaram que os resíduos plásticos e têxteis representam, em conjunto, 97% dos materiais recolhidos nas margens dos rios, constituindo uma ameaça significativa para os ecossistemas aquáticos e aumentando o risco de bioacumulação de plástico. Para combater este problema, a Câmara Municipal de Guimarães, em parceria com o Laboratório da Paisagem e com a Universidade do Minho, lançou o CLEANUP4Guimarães, projeto com seis meses de duração que tem como objetivo criar um ecossistema multi-stakeholder centrado na participação cidadã que promova a intercooperação, a inovação e o empreendedorismo na limpeza dos rios do concelho, protegendo a biodiversidade, assim como no processo de valorização dos resíduos plásticos recolhidos. O projeto, realizado no âmbito do programa europeu REMEDIES, representa um investimento de 90 mil euros.

Para o efeito, o município irá implementar um sistema integrador CLEANUP-RIVER, que promove a colaboração entre o município, a universidade, os cidadãos, empresas privadas e ONGs, visando identificar os pontos críticos nos ecossistemas locais de água doce e empregar técnicas ecológicas (eco-barreiras sustentáveis) para uma colheita eficiente do lixo na coluna de água. Esta abordagem permitirá a recolha, a limpeza/seleção, a reciclagem-processamento e a promoção de novas cadeias de valor para os resíduos plásticos. Os macro e microplásticos recolhidos serão submetidos a segregação, caraterização e categorização, com o objetivo de propor processos de valorização através da reciclagem e reutilização, fomentando a promoção da economia circular na região. No caso dos plásticos não reutilizáveis e não recicláveis (como os plásticos de utilização única, por exemplo), serão convertidos em recursos energéticos e utilizados para a sensibilização da população.

O CLEANUP4Guimarães englobará, assim, diferentes estratégias que combinam atividades de envolvimento dos cidadãos e de educação ambiental, entre as quais ações de limpeza, centradas na remoção de plásticos e têxteis, e a construção das eco-barreiras flutuantes. No final do projeto, será produzido um e-book com instruções práticas para a recolha, análise e subsequente reutilização de plásticos no processo de upcycling, transferível para outras regiões de Portugal ou até mesmo outras partes do mundo.

CLEANUP4Guimarães é mais um passo na estratégia climática municipal

O CLEANUP4Guimarães surge no âmbito do programa europeu REMEDIES, que visa iniciar uma tendência na prevenção de resíduos de plástico, envolvendo o público em geral e implementando ações conjuntas para uma sociedade mais consciente em termos ambientais. A abordagem inovadora e integrada deste projeto defende um método de limpeza ecológica dos rios, contribuindo para melhorar a qualidade da água (de acordo com 6º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU) e impedindo que os resíduos de plástico cheguem aos oceanos. Além disso, a componente de ciência cidadã (incluindo workshops, campanhas, formações e atividades de divulgação) irá aumentar a sensibilização da sociedade e a compreensão das fontes e dos processos de limpeza de macro e microplásticos nos ecossistemas de água doce em diferentes grupos etários da comunidade local.

Por fim, o projeto procura inspirar outros municípios e entidades a atuar nas suas jurisdições, replicando, adaptando e melhorando a metodologia utilizada. Destaque-se também que ao incorporar este projeto no seu Plano de Ação para o Desenvolvimento Sustentável – Guimarães 2030, Guimarães reforça o seu compromisso para a melhoria da qualidade da água, proteção dos ecossistemas e biodiversidade. Neste ponto, refira-se ainda que o município tem sido pioneiro no desenvolvimento sustentável desde 2013, adotando o modelo inovador “Guimarães 2030: Ecossistema de Governação”, que promove a descarbonização e o combate às alterações climáticas, tanto ao nível das infraestruturas como do envolvimento dos cidadãos.


Texto da responsabilidade da empresa.

Fonte: Central de Informação

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