(Global Green New Deal) reconhecendo uma emergência climática mundial
Presidente da Câmara de Los Angeles, Eric Garcetti, anunciado como o Presidente eleito do C40 Cities.
Os Presidentes de Câmara do C40, liderados pelo Presidente Garcetti de Los Angeles, anunciam o apoio a um Novo Pacto Verde Global (Global Green New Deal) para
“realizar uma urgente, fundamental e irreversível transferência dos recursos globais afastando-se dos combustíveis fósseis em direção a uma ação que reverta a atual emergência climática.”
Os autarcas de mais de 94 cidades líderes na ação climática reconhecem a emergência climática global, a que se juntam jovens ativistas pelo clima, representantes dos trabalhadores, empresas e a sociedade civil.
Um número sem precedente de 80 presidentes de câmara e centenas de líderes na defesa do clima de vários setores, comprometidos com a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 °C estão esta semana na C40 Mayors Summit em Copenhaga.
Copenhaga, Dinamarca (09 de outubro de 2019) — O recém-eleito Presidente do C40, o Presidente da Câmara de Los Angeles, Eric Garcetti, juntamente com autarcas de cidades de todo o mundo, nomeadamente Copenhaga, Paris, Rio de Janeiro, Sydney, Tóquio e Lisboa, anunciam hoje o seu apoio a um Novo Pacto Verde Global (Global Green New Deal) e reconhecem a existência de uma emergência climática global.
Esta aliança alargada – que inclui jovens ativistas pelo clima, representantes dos trabalhadores, empresas e sociedade civil – anunciou o seu apoio à visão de um Novo Pacto Verde Mundial (Global Green New Deal) num momento em que presidentes de câmara das maiores cidades mundiais avisam que o planeta está num estado de emergência climática. A mensagem foi anunciada pelos líderes das cidades que participam na C40 World Mayors Summit em Copenhaga. O seu apelo surge em resposta ao bloqueio da ação intergovernamental por uma minoria de governos muito poderosos e negacionistas, que representam os interesses da indústria dos combustíveis fósseis.
Através do Novo Pacto Verde Mundial (Global Green New Deal), as cidades reafirmam o seu compromisso com a proteção do ambiente, o reforço da economia e a construção de um futuro mais justo através do corte de emissões nos setores mais responsáveis pela crise climática – transportes, indústria, edifícios e resíduos – para manter o aquecimento global abaixo da meta de 1,5°C do Acordo de Paris.
Isto inclui colocar a ação climática inclusiva no centro de toda a tomada de decisão a nível urbano para assegurar uma transição justa para os que trabalham nas indústrias mais poluentes e corrigir as injustiças ambientais para aqueles que são desproporcionalmente afetados pela crise climática – os que vivem no sul em geral, e as comunidades mais pobres em todo o mundo.
Evitar os piores impactos da crise climática significa cortar as emissões globais para metade até 2030. Em termos práticos isso significa melhorar a mobilidade, ao mesmo tempo que se substituem os veículos movidos a combustíveis fósseis por alternativas limpas, estabelecer regulamentos de construção o mais rigorosos possível e reduzir a produção de resíduos, entre outras ações. Estas políticas estão já em curso em cidades de todo o mundo, graças ao compromisso dos presidentes de câmara com as declarações do C40 sobre “Edifícios Neutros em Carbono”, “Avançar para Resíduos Zero” e “Ruas Verdes e Saudáveis” (C40 Net Zero Carbon Buildings, Advancing Towards Zero Waste, and Green & Healthy Streets Declarations).
O Novo Pacto Verde Mundial (Global Green New Deal) foi imediatamente subscrito por todos os que também estão comprometidos com as ações determinadas como necessárias pela evidência científica – incluindo líderes do mundo empresarial, investidores, representantes dos trabalhadores, sociedade civil e grupos indígenas, representantes de aglomerados populacionais informais e grupos que são desproporcionalmente afetados pelas alterações climáticas e pela pobreza. Os presidentes de câmara Garcetti, Hidalgo e Jensen (Los Angeles, Paris e Copenhaga) lançaram um compromisso claro aos líderes nacionais, CEOs e investidores que ainda não atingiram o nível de ambição detalhado no Novo Pacto Verde Mundial (Global Green New Deal).
“Como autarcas, a nossa primeira prioridade é proteger a segurança dos nossos cidadãos” afirmou a Presidente da Câmara de Paris e atual Presidente do C40, Anne Hidalgo. “Fará em breve quatro anos desde que o Acordo de Paris foi assinado na nossa cidade. Os líderes mundiais encontraram-se em Nova Iorque no mês passado e mais uma vez não foram capazes de chegar a qualquer acordo próximo do nível de ação necessário para travar a crise climática. A sua inépcia e inação ameaça diretamente todas as pessoas no mundo e o tempo continua a correr contra nós. Não há outra solução senão um Novo Pacto Verde Global como instrumento chave para ganhar esta corrida em contrarrelógio. Todas os decisores têm de assumir a responsabilidade de o tornar numa realidade.”
“No que diz respeito a ação climática, ninguém está a fazer mais do que as cidades, mas ninguém está a fazer ainda o suficiente” afirmou o Presidente da Câmara de Los Angeles, Eric Garcetti. “Estamos a entrar numa década de tudo ou nada para a preservação do nosso planeta e para a justiça ambiental para todas as comunidades – tenho orgulho em liderar as cidades do C40 neste momento crítico. Juntos continuaremos a liderar o movimento para proteger o planeta e promover um futuro melhor e mais justo para todos os que nele vivem.”
O Presidente da Câmara de Copenhaga, Frank Jensen, declarou que: “Copenhaga reconhece a emergência climática e compromete-se com o Novo Pacto Verde Global porque as alterações climáticas são a maior ameaça à segurança, saúde pública e
prosperidade. Precisamos de agir já – e precisamos de agir juntos. Não é necessário hesitar, as cidades já têm muitas das soluções verdes de que precisam.”
“Lisboa reconheceu a urgência da ação climática há mais de uma década, mas a atual emergência climática global requer uma ação mais rápida e forte.”, lembra Fernando Medina, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. “As cidades podem ter o impacto mais significativo nesta ação e é por isso que as cidades do C40 estão a liderar o Novo Pacto Verde Global, não apenas com os nossos planos, mas com as nossas ações. Somos a última geração que pode levar a cabo a mudança que é necessária. Todos temos de nos comprometer com uma forma de vida com menos emissões de carbono e todos temos que nos comprometer connosco e com o planeta.”
Alexandria Ocasio-Cortez, Representante do 14.o Distrito de Nova Iorque no Congresso dos EUA, disse “Estou inspirada por esta aliança e pelos compromissos assumidos para um Novo Pacto Verde Global. Se trabalharmos para unir esforços a nível global, seremos capazes de derrotar a nossa maior ameaça e aproveitar a nossa maior oportunidade.”
Os novos dados anunciados antes da C40 World Mayors Summit desta semana em Copenhaga revelam que 30 cidades – entre as quais Lisboa – já atingiram o pico de emissões e estão a fazer rápidos progressos para as reduzir ainda mais até atingir a neutralidade. Mais de 100 cidades em todos o mundo comprometeram-se a pôr em prática planos de ação climática consistentes com a meta do Acordo de Paris de limitar a 1,5 °C o aquecimento global.
Os princípios que definem o Novo Pacto Verde Mundial (Global Green New Deal) incluem:
- Reconhecemos a emergência climática global.
- Comprometemo-nos a manter o aquecimento global abaixo da meta do Acordo de Paris de As cidades do C40 já estão a reduzir as emissões a um ritmo consistente com os limites determinados pela ciência como necessários – o que significa atingir o pico de emissões até 2020, e reduzir para metade até 2030. Lisboa atingiu o pico de emissões em 2009 e tem vindo a reduzir globalmente desde então. Cada empresa, indivíduo, investidor, parceiro, representantes de aglomerados informais e nações que formam o Novo Pacto Verde Global comprometer-se-á com metas de base científica semelhantes.
-
Comprometemo-nos a colocar a ação climática inclusiva no centro de toda a
tomada de decisão a nível urbano, para criar comunidades prósperas e justas
para todos.
O nosso compromisso inclui proteger o trabalho, ajudar a acabar com a pobreza, melhorar as vidas dos cidadãos, construindo sociedades mais justas e assegurando uma transição justa para os que trabalham nas indústrias mais poluidoras. Este atraso na resposta climática já está a ter consequências devastadoras, com os maiores e mais severos impactos sentidos por aqueles que são menos responsáveis pelas emissões que provocam a emergência climática. Levaremos a cabo de forma
1,5°C travando as emissões nos setores que mais contribuem para
a crise climática: transportes, indústria, edifícios e resíduos.
urgente, fundamental e irreversível, uma transferência dos recursos globais, afastando-se dos combustíveis fósseis em direção a uma ação que trave a emergência climática, construindo assim uma civilização ecológica, verde e justa.
4. Convidamos os nossos parceiros – líderes políticos, CEOs, sindicatos, investidores e sociedade civil – a juntar-se a nós no reconhecimento da emergência climática global e a ajudar-nos a cumprir as ações de base científica que permitem ultrapassá-la.
As empresas, governos, investidores, sindicatos e representantes dos trabalhadores, sociedade civil, cidadãos e as comunidades que são desproporcionalmente afetadas pelas alterações climáticas e pela pobreza formarão a aliança necessária para responder à crise climática. Trabalharemos de forma particularmente próxima com os mais jovens das nossas cidades para ajudar a criar o futuro sustentável que eles querem, abrindo-lhes um caminho entre o fazer-se ouvir nas ruas e o desenvolvimento de políticas e projetos nos governos das cidades.
O Presidente da Câmara de Los Angeles, Eric Garcetti, foi hoje anunciado como Presidente eleito do C40, depois de um voto na Comissão Diretiva do C40 (C40 Steering Committee) de presidentes de câmara de todo o mundo.
A C40 World Mayors Summit é possível com o apoio da Grundfos, Novo Nordisk, Dell Technologies, IKEA, Microsoft, Rambøll, Velux, The Bernard van Leer Foundation.
Texto da responsabilidade da entidade.
Fonte: Câmara Municipal de Lisboa